"Verdade? Quem sabe dizer? Há quem acredite que o véu que separa uma dimensão da outra é tão transparente, tão translúcido, que chega a ser quase invísivel. Outros diriam que somente as leis da ciência ditam aquilo em que podemos e não podemos acreditar. Por mim, só posso lhe dizer que as atitudes se modificam com o tempo. O que um século sustenta como realidade, outro vê como heresia."
"O que chamamos de civilização é apenas a maneira de o homem tentar impor seus valores ao mundo natural. Os livros, a música, a pintura, todas essas coisas construídas, não passam de maneiras de captar à alma daquilo que vemos à nossa volta. Um modo de compreender, de ordenar nossas experiências humanas em algo que seja possível lidar, algo que posso conter."
"Há um espírito que vive em todas as coisas. Aqui estamos nós sentados numa casa de centenas de anos. Ela está estabelecida, podemos dizer, é antiga pelos padrões humanos modernos. Mas ergue-se num lugar que tem milhares e milhares de anos. Nossa influência no universo não passa de um sussurro. Seu caráter essencial, suas qualidades de luz e escuridão, foram estabelecidos milênios antes de o homem tentar deixar sua marca na paisagem. Os fantasmas dos que foram antes estão todos à nossa volta, absortos no padrão, na música do mundo."
"A música é uma forma de arte que envolve sons organizados e silêncio. Hoje consideramos um entretenimento, uma diversão, porém ela é muito mais que isso. Pense no saber que se expressa em termos de tom, da melodia e da harmonia; em termos de ritmo do andamento e da métrica; e em termos de qualidade de som, do timbre, dinâmica e textura. Dito em linguagem simples, a música é uma resposta pessoal à vibração, ela pode proporcionar um elo entre este mundo e o outro."
Não há padrão concebível pela mente humana que já não exista dentro dos limites da natureza tudo o que fazemos, vemos, escrevemos, anotamos, tudo isso são ecos das costuras profundas do universo. A música é o mundo invísivel, tornado vísivel através do som.